segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

língua bantu

A expansão bantu espalhou as línguas bantus pela africa. As línguas bantu (ou línguas bantus, ou línguas bantas) formam uma famalia linguistica de mais de 1500 línguas. São faladas em todos os países da africa Subsaariana por cerca de 300 milhões de pessoas, principalmente por bantus. A famalia de idiomas bantu tem centenas de membros, que foram classificados por Malcolm Guthrie em 1948 em grupos de acordo com zonas geograficas. Guthrie também reconstruiu Proto-Bantu como o Proto-idioma desta famalia de idiomas. A atual abrangéncia do grupo linguístico deve-se a expansão bantu, que provavelmente ocorreu há aproximadamente 2000 anos, a partir do sul africano, da linguas Khoisan.A palavra bantu foi primeiro usada por W. H. I. Bleek (1827-75) com o significado de povo comum refletido em muitos dos idiomas deste grupo - em muitas destas línguas, usa-se a palavra ntu ou dela derivada refrindo-se a um ser humano; ba- é um prefixo que indica o plural para seres humanos em muitas destas línguas. Bleek e mais tarde Carl Meinhof fizeram estudos comparativos das gramáticas dos idiomas Bantu.Existe alguma controversia sobre a identidade de alguns idiomas Bantu, que alguns linguístas consideram dialetos de uma língua. Em Moçambique, por exemplo, está praticamente estabelecido que a língua "indígena" do sul do país e a língua tsonga, com os dialetos xiChangana, xiRonga, xiTswa, xiNdau e guiTonga. No entanto, nas páginas da Internet indicadas abaixo, todos os "dialetos" são considerados línguas. Além disso, é normal um africano falar mais do que uma língua bantu.
Estrutura das línguas bantus
A característica gramatical mais proeminente dos idiomas bantus é o uso extensivo de prefixos. Cada substantivo pertence a uma classe e cada idioma pode ter aproximadamente dez classes, um pouco como gêneros em idiomas europeus. A classe é indicada por um prefixo no substantivo, como também em adjetivos e verbos que concordam com aquele. O plural é indicado por uma mudança de prefixo.O verbo tem vários prefixos. Por exemplo em Swahili Mtoto mdogo amekisoma significa A criança pequena leu isto (um livro). Mtoto = criança governa o prefixo do adjetivo m - e o sujeito do verbo com o prefixo a - . A seguir vem o tempo do verbo (perfeito) -me - e um marcador de objeto -ki - concordando com kitabu (implícito), livro. O plural desta frase é: Watoto wadogo wamekisoma; se usarmos o plural para livros (vitabu ), a frase torna-se: Watoto wadogo wamevisoma.O idioma bantu com o número maior de falantes é o kiSwahili (G 40 da lista de Guthrie). Avaliando pela história deste idioma, alguns linguístas acreditam que os idiomas Bantu formam um contínuo desde línguas tonais até idiomas sem nenhum tom.Outros idiomas bantus importantes incluem liNgala, luGanda, kiKongo, e Cinyanja na africa Central e Oriental, e siShona, siNdebele, seTswana, seSotho, isiZulu, isiXhosa, sePedi, e siSwati na africa Meridional.Como se devem denominar os idiomas bantusAlguns idiomas Bantu são vulgarmente conhecidos pelos não-africanos pelo nome sem o prefixo que funciona como um artigo definido (Swahili para Kiswahili, zulu para isiZulu, etc.), mas a forma nua não acontece tipicamente no idioma: no Botswana as pessoas são batswana, uma pessoa é um motswana, e o idioma é sempre setswana.

o significado bantu


acima imagens de origem bantu




A palavra Bantu compreende Angola e Congo, é uma das maiores nações do Candomblé, uma religião Afro-Brasileira. Desenvolveu-se entre escravos que falavam Quimbundo e Quicongo.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Danças, festas e instrumentos musicais de origem bantu

Dança e música de influência angola-congolense saíram das macumbas e se estenderam pelas festas profanas. Dos instrumentos musicais negro-brasileiros, que reconhecem a procedência da África bantu, temos em primeiro lugar os tambores, um pouco diferentes dos atabaques iorubas. Os tambores de origem angola-congolense não têm o couro distendido por cordas e cunhas. A sua fabricação é mais simples. Registrei no estado do Rio de Janeiro os chamados tambores de jongo, com duas variedades principais: os maiores, tambus, e os pequenos, a que dão o nome de candongueiros. [1]
Entre os tambores de origem bantu, temos ainda o ingono de Pernambuco e outros estados do norte, e que alguns estudiosos julgaram erradamente ser o nome de um deus ou fetiche. Já demonstrei que o ingono (também chamado ingomba) nama mais é do que o ngomba ou angomba congolense, descrito pelo padre Cavazzi ou o angoma dos Lundas, referido pelo major Dias de Carvalho [2]. Além do ingono, há ainda o zambê, que é um ingono menor, e que deu origem à dança coco de zambê, usada em alguns estados do Nordeste.
A cuíca, já tão conhecida hoje em quase todo o Brasil, entrando mesmo na constituição de nossos conjuntos orquestrais típicos, é a mesma puíta angola-congolense, que toma outros nomes como roncador, fungador e socador, no Maranhão e Pará [3].
O urucungo, também chamado gobo, bucumbumba e berimbau-de-barriga, é o mesmo rucumbo dos Lundas. Hoje, na Bahia, os negros capoeiras (de Angola) usam o berimbau ou gunga. Edison Carneiro, que estudou recentemente os jogos capoeira entre os negros baianos, assim descreve esse instrumento:
"O berimbau nada mais é do que um arco de madeira, vibrado por uma vareta. A esse arco se junta a metade de uma cabaça, presa a ele por um cordão que atravessa o fundo da mesma.
A parte oca da cabaça serve de caixa de ressonância, ligada ao peito do tocador. Este instrumento chama-se, na Bahia, berimbau ou gunga. Antigamente, havia outra espécie de berimbau, o berimbau-de-barriga, no qual, em vez de se ligar ao corpo, a cabaça — cabaça inteira, — ficava dependurada da extremidade superior do arco. O tiocador segura o instrumento com a mão esquerda, três dedos na extremidade inferior do arco e os outros, mantendo, em posição horizontal, uma moeda de cobre, que se encosta à corda de vem em quando. E na mesma mão (direita) que empunha a vareta, o tocador enfia um pequeno saco de palha trançada, fechado, contendo sementes de bananeira do mato, a que chamam os negros mucaxixi ou simplesmente caxixi." [4]
É como se vê uma variante do urucungo ou berimbau-de-barriga.
Já procurei mostrar, em O negro brasileiro e em O folclore negro do Brasil, o contingente dos bantus na formação da música e dança negro-brasileiras. [5]
Do batuque angola-congolense surgiu, após sucessivas transformações, onosso samba, que toma nomes variados conforme as regiões. Certos nomes como quimbete, sarambeque, sarambu, sorongo, caxambu, jongo... evocam nitidamente a origem bantu. Já descrevi fases de transformação. [6]
O folclore negro-brasileiro de procedência bantu é bem rico. Em primeiro lugar, temos as festas populares do ciclo dos congos ou cucumbis. São evidentemente sobrevivências históricas de coroação de monarcas, lutas dessas monarquias umas com as outras e contra o português invasor e episódio vários. Consagrei ao assunto todo um capítulo em trabalho anterior [7]. Os festejos populares dos quilombos em Alagoas são também uma sobrevivência histórica, mas aqui dos episódios do quilombo dos Palmares.
A sobrevivência totêmica dos povos bantus vamos encontrar em certos autos e festas populares negro-brasileiros, como cordões, ranchos e clubes carnavalescos, confrarias negras, maracatus do Nordeste, elementos do bumba-meu-boi... [8] Com relação a este último auto, já mostrei o erro de alguns folcloristas, que o filiam apenas à tradição natalina do boi do presépio, de origem peninsular e ao ciclo dos vaqueiros de origem cabocla. O africano trouxe, ao meu ver, uma contribuição fundamental. O totemismo do boi é largamente disseminado, entre vários povos bantus (o boi Geroa, entre os Ba-Naneca, por exemplo).

quinta-feira, 27 de novembro de 2008




A antropologia refere-se à expansão bantu como um movimento de povos que ao longo de três milénios terá espalhado as línguas bantu em praticamente toda a África subsaariana.
Com a definição do termo "bantu" em 1862, o Dr. Wilhelm Bleek avançou a hipótese do enorme número de línguas com características comuns terem tido origem numa única língua.
Existem duas teorias básicas sobre a origem dos bantu: a primeira, de Joseph Greenberg (1963), indicava que um grupo de línguas do sueste da Nigéria era o mais próximo das restantes línguas bantu e ele propôs que uma dessas línguas se teria espalhado para sul e leste, ao longo de centenas de anos.